Eis um famoso “aponta estudo”, com o detalhe de ser uma vasta pesquisafeita pela respeitadíssima KPMG e divulgada agora em janeiro. Claro que todos podem fazer suas métricas, mas uma análise global elaborada por uma das líderes mundiais em auditoria e aferições, convenhamos, possui grande credibilidade.
De todos os entrevistados, 80% são envolvidos ativamente nas redes sociais. Um número altíssimo, que talvez pudesse elevar a importância de tais redes na decisão de compra. O problema é que não influi, pois apenas UM TERÇO alega ter influência nas decisões de compra.
O estudo sugere, p.ex., que startups não confiem nas mídias sociais como parte de sua estratégia de vendas. De fato, são números nada abonadores.
Quase a metade dos entrevistados se declara influenciada pelos PRÓPRIOS SITES DAS EMPRESAS, a despeito do terço que se declara mais influenciado pelas redes sociais (como Twitter, Facebook etc.) - chegam a falar especificamente das fanpages.
Brasil: a coisa é ainda pior
A mesma KPMG fez uma outra pesquisa, e esta mostra que mais de 70% das grandes corporações mundiais estão nas redes sociais. Há, portanto, um universo já quase todo preenchido. E nosso país está entre os líderes em presença de empresas nas redes.
A mesma KPMG fez uma outra pesquisa, e esta mostra que mais de 70% das grandes corporações mundiais estão nas redes sociais. Há, portanto, um universo já quase todo preenchido. E nosso país está entre os líderes em presença de empresas nas redes.
O Brasil é o QUARTO COLOCADO nesse ranking, na frente de Reino Unido, Alemanha, Japão, entre outros. Os três primeiros colocados são China, EUA e India – lembrando que o primeiro ainda por cima não é dos mais chegados a abrir as redes sociais para o que bem entendem (até o mecanismo de pesquisa do Google é controlado).
Essa pesquisa é anterior àquela que revela a pouca influência na decisão de compra por parte das redes sociais, o que – até tal época época – permitiria a Sanjaya Krishna, da KPMG, o seguinte diagnóstico:
"Em vez de enxergar nas redes sociais riscos abjetos, os executivos deveriam ser melhor aconselhados a equilibrar o risco de entrar nos meios de comunicação social diante do custo com a perda de oportunidades de não participar. Não se engane, há riscos a serem considerados, e ninguém deve entrar nas mídias sociais sem ter pensado em um modelo de governança associado."
Com os novos dados, talvez os executivos das grandes corporações não tenham assim tanto otimismo. Mas não custa fazer torcida e apresentar prognósticos otimistas.
Lições
Esses dados são péssimos, não adianta negar. E é igualmente pueril brigar com eles, alegar que “percebe coisa diferente” ou algo do tipo. Os profissionais inteligentes tirarão proveito dessas informações para melhorar as eventuais carências de seus clientes – no caso específico, a baixa influência na decisão de compra.
Esses dados são péssimos, não adianta negar. E é igualmente pueril brigar com eles, alegar que “percebe coisa diferente” ou algo do tipo. Os profissionais inteligentes tirarão proveito dessas informações para melhorar as eventuais carências de seus clientes – no caso específico, a baixa influência na decisão de compra.
Tudo isso, no fim das contas, representa algo que sempre foi meio óbvio: não há “bolha” de investimento nas redes sociais. Nunca houve.
O conceito de “bolha”, para a economia, pressupõe um GRANDE investimento, em escala mesmo gigante, e que depois se mostra como frustrante quanto ao retorno – foi assim, por exemplo, na época das “pontocon”, algumas vendidas por dezenas de milhões de dólares e simplesmente sem lucro (várias com prejuízo, aliás).
As redes sociais, ao contrário, recebem pouca verba publicitária. Muito pouca, mesmo. Seria uma “bolha” se ao menos houvesse investimento paritário, mas não há; as cifras para as propagandas em redes sociais são ínfimas perto das propagandas em veículos de televisão, publicações impressas ou mesmo portais.
Com tais dados, e vendo pela perspectiva estritamente empresarial, talvez isso não mude muito cedo. Mas permanece o desafio aos profissionais, pois quem conseguir reverter tudo isso (em vez daquela coisa de “só quero reforçar a presença da marca”) pode receber mais grana.
Empresas não jogam dinheiro fora nem pagam para receber poemas em forma de gráficos. Empresas querem lucro. Uns podem brigar com essa verdade óbvia, outros podem usá-la em seu favor na carreira e nas propagandas. Mais ou menos a diferença de quem é mal ou bem sucedido.
Gravatai Merengue
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