segunda-feira, 12 de março de 2012

Verba pública financia carreira do neto de Fittipaldi, nos EUA

Além de financiar a escola de pilotos do
comentarista Galvão Bueno, como se divulgou
há poucos dias, a Lei de Incentivo ao Esporte
tem outro famoso na lista dos beneficiados por
dinheiro público no automobilismo de
competição: Emerson Fittipaldi. Em setembro do ano passado, o Ministério do
Esporte aprovou projeto de R$ 1 milhão para o
“Programa de Formação do Piloto Pietro
Fittipaldi, na Fórmula Nascar”. Dinheiro da Lei
de Incentivo ao Esporte que já foi captado. Pietro, de 15 anos, é neto de Emerson, nasceu
e mora nos Estados Unidos, onde disputa a
categoria de automobilismo. Barbaridades R$ 10,5 milhões: é valor total para projetos
gerais de automobilismo aprovados pelo
Ministério do Esporte, entre 2011 e 2012. Só a Associação das Equipes e Pilotos de
automobilismo Amador vai levar R$ 3,6
milhões. Outros R$ 2,1 milhões vão para o
Campeonato Sul-Americano de Fórmula 3. Repito, a lei permite, mas faltam critérios do
Ministério do Esporte para limitar projetos
como esses, pois quem é profissional de
automobilismo têm alto poder aquisitivo. Desperdícios Claro que automobilismo merece apoios, mas
que venham da iniciativa privada! Diante dos
gravíssimos problemas de estrutura para a
prática esportiva em comunidades carentes,
aplicar dinheiro público na formação de
pilotos é um deboche. Lembro que apenas 53% das escolas públicas
brasileiras têm uma quadra “decente” para a
prática esportiva da garotada. Esse contraste demonstra a total ausência de
políticas públicas e definições de prioridades
do governo para o esporte, como já denunciou
o Tribunal de Contas da União. Denúncias,
apenas isso… Farra Não podemos esquecer que a Lei de Incentivo
ao Esporte usa recursos do Imposto de Renda.
O governo abre mão de R$ 300 milhões anuais
para aplicar em projetos que contribuam, de
fato, para o fortalecimento e desenvolvimento
do esporte. No entanto, num país com limitações de verbas
para as áreas da educação e da saúde,
principalmente, o dinheiro público que falta
aos hospitais, por exemplo, destina-se à elite,
aos que usam nomes consagrados para captar
com facilidade verba pública do imposto de renda. Agressão Há seis anos o Ministério do Esporte fecha os
olhos a essa falta de planejamento, metas e
prioridades para o uso do bem público, com
total omissão do Conselho Nacional de Esporte. Assim, o Conselho afronta as políticas
econômicas do Ministério do Planejamento, da
Receita Federal, do próprio Palácio do Planalto,
que alertam para a necessidade de fixar
prioridades nos gastos públicos. E a nossa
prioridade no esporte não é o automobilismo de competição. A Lei de Incentivo precisa urgentemente de
uma revisão de critérios. Enquanto isso,
continuaremos jogando dinheiro pela janela
do desperdício.

Blog do José Da Cruz

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